terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mitos e Verdades sobre os Novos Profissionais

As preocupações com a chamada geração Y (ou Millenium) não são novas no mundo corporativo. O que mudou, na verdade, foram os títulos atribuídos e o glamour que passou a envolver o tema de uns anos para cá.
Os conhecidos programas de trainees das grandes companhias já apresentavam, décadas atrás, traços semelhantes de rebeldia (sem causa aparente) e autoestima exacerbada dos candidatos, características que as gerações mais experientes também manifestam no convívio corporativo.
O que mudou (e bastante) foi o contexto de vida de todos nós e não apenas dos jovens. O pronto acesso às informações, a dinâmica das redes sociais, a evolução das oportunidades de estudos no exterior, esses, sim, são fatos razoavelmente recentes e que estão marcando o perfil dos jovens entre 18 e 28 anos.
Fluentes em idiomas, rápidos e espertos no uso da tecnologia, perceptivos e competitivos, os jovens das novas gerações podem gerar certo desconforto nos ambientes empresariais, principalmente nas culturas e negócios mais tradicionais.
Por outro lado, chama atenção a precariedade da capacitação universitária. Saídos de renomadas escolas, muitos apresentam deficiências inacreditáveis de língua portuguesa e desinformação sobre fatos históricos recentes e importantes.
Esses aspectos acabam sendo compensados pela espontaneidade e curiosidade e pela rapidez com que aprendem. Mas o fato é que esse complemento tem que ser provido pelas organizações.
As empresas, de uma maneira geral, estão aplicando processos de seleção mais rigorosos, que detectam as falhas de capacitação formal e mapeiam algumas tendências de comportamento a serem trabalhadas nos programas de desenvolvimento.
Mas prevalece um dado recorrente e preocupante de evasão dos programas que envolvem a geração Y e a justificativa dos profissionais de RH é a descoberta de desencantos de ambas as partes no decorrer das fases de integração.
Afinal, como lidar com essa situação inevitável? Em primeiro lugar, é recomendável manter senso crítico e não embarcar nas verdades definitivas que cercam o tema. A seguir, algumas verdades e mitos sobre os novos profissionais.
Verdades: são ansiosos e inquietos; querem ações e respostas rápidas; valorizam desafios e metas ambiciosas; esperam reconhecimento e velocidade de progresso na carreira. Mitos: puxam o tapete da hierarquia; não sabem trabalhar em equipe; mudam de empresa como quem muda de camisa.
Os exemplos de verdades podem parecer, à primeira vista, conflitantes com os mitos. Afinal, se os jovens são ansiosos e carreiristas, terão mesmo o cuidado de não puxar o tapete do chefe ou de não mudar de empresa seguindo apenas o apelo salarial?
Nossa percepção é que essa aparente dicotomia foi construída mais pelo clichê do que pela realidade. Há exemplos de várias organizações que conseguem lidar com as ansiedades naturais dos jovens talentos, colocando-os em projetos de maior complexidade e, consequentemente, de maior reconhecimento.
Essa é uma das saídas, mas é claro que o assunto não se esgota assim tão facilmente. O tema é quente e atual, exigindo um processo contínuo de reflexão e aprendizado.

Um comentário:

  1. Gostei do artigo meu caro Dorival. Há muitos mitos a respeito dos jovens do século XXI. E muitas balelas têm sido escritas.De fato temos muitos avanços tecnológicos, circulam muitas informações, as redes sociais bombam e muitos jovens vivem plugados. Mas daí fazerem interpretações pseudo psicológicas,sociológicas, comportamentais com rotulações de A, YZ@#$ são falaciosas. A Humanidade vive uma jornada que é fruto de diversos fatores, da interrelação de diversas gerações, fatores genéticos milenares, culturais, desejos, inconscientes, sonhos, elementos de magnitudes complexas.Tudo ali no cadinho cultural a nos colocar em uma encruzilhada entre a barbárie e a civilização verdadeiramente plural, humanística. Nossos jovens estão nesta mesma posição, no mesmo furacão. E isto ocorre no privado e no público (seja no sentido restrito ou amplo do conceito). Só poderemos ter uma análise honesta, quando olharmos para traz num futuro e nele encontrarmos ou inventarmos explicações, lógicas para o que foi esse momento de A a Z do Alpha ao Omega. E que talvez os jovens de hoje se reiventem ou repitam o refrão de Belchior: Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo tudo o que fizemos
    Ainda somos os mesmos
    E vivemos
    Ainda somos os mesmos
    E vivemos
    Como Os Nossos Pais...

    Vamos que vamos Dorival.

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