O valor da liderança vem
ganhando relevância crescente no mundo corporativo pela simples constatação de
que não basta para as empresas terem produtos, tecnologia, eficiência
operacional se não houver, como pano de fundo de todos esses aspectos, a força
de um líder mobilizando as pessoas e gerando confiança nas relações de
trabalho.
Mas como se pode, afinal,
“fotografar” um líder mobilizador no cotidiano? Em primeiro lugar, o líder sabe
ouvir. Parece simples, mas saber ouvir é uma arte, aliás liderar é uma arte,
mais do que uma técnica. Desenvolver a sensibilidade do diálogo e fugir das
verdades definitivas é um aprendizado permanente da liderança. O poder que
normalmente é outorgado às lideranças pode criar o chamado “déspota da
decisão”, o chefe que decide e depois pergunta aos chefiados se aquela foi a
melhor decisão... É comum isso acontecer em tempos de crise, de redução de
custos e corte de despesas. Antes de tomar decisões desse tipo, pergunte à sua
equipe onde e como reduzir. É possível que você se surpreenda positivamente com
as propostas.
Uma pergunta recorrente: é
possível aprender a ser líder? Posso aprender, sim, a liderar, desde que o
ambiente me estimule, ou encontre alguns exemplos e referências de liderança e,
mais do que isso, os bons resultados me impulsionem para “subir a barra” dos
desafios de liderança. O líder aprende com os erros, mas ganha vitalidade e
impulso com os acertos.
Quais as barreiras encontradas
para o exercício da liderança? A primeira dificuldade é lidar com a ambiguidade
– são poucas as certezas e muitas as suposições sobre os cenários,
oportunidades e ameaças dos negócios. O líder tem que saber lidar com a
ambiguidade – motivar as pessoas sem contar com o respaldo de certezas sobre o
futuro.
Em segundo lugar, a crescente
complexidade: as soluções simplificadas têm boa chance de serem erradas. Todas
as questões envolvem um sem-número de ponderações, possibilidades,
alternativas. A habilidade e a sensibilidade de “apostar” em um caminho ou
outro passam a fazer parte do perfil de competências do líder.
Então, onde buscar o
aprendizado para a liderança? O que e onde estudar? São centenas as teorias,
conceitos, livros e programas de educação para a liderança. Existe uma forma de
qualificar essa oferta? Talvez o melhor critério seja por desqualificação,
começando pelas abordagens complexas e enroscadas. A verdade é que aprender a
liderar é uma porta que só abre para dentro. Você deve achar seu processo de
aprendizado, a partir do seu contexto de complexidade, dos ambientes de
convívio, dos exemplos possíveis de serem estudados. Basta olhar para o
macrocenário político mundial para perceber que os bons exemplos de liderança
andam escassos. O melhor é procurar nos microambientes, nas nossas “aldeias”
mais próximas, nas empresas que estão fazendo escola no Brasil.
Esse é o jeito simples de
liderar, mas que funciona, pode e deve ser aprendido.