- O trabalho pode realizar ou frustrar os
sonhos de vida
As pessoas, em sua maioria, buscam sua realização através do trabalho. A
construção de uma carreira de sucesso é um dos objetivos mais almejados pelos
seres humanos. No entanto o equacionamento da relação equilibrada entre vida e
carreira não é tarefa simples. A atividade produtiva tanto pode servir para
libertar e potencializar as capacidades humanas, no sentido da realização
individual, quanto pode se transformar numa de suas piores formas de
embotamento e anulação.
- A sociedade de consumo cria um
falso sentido de realização
A vida moderna trouxe um estilo de vida que determina, sem que as
pessoas percebam, toda sua mobilização, seu trânsito pela vida. A
competitividade, a busca incessante de “dias melhores”, o consumismo em busca
de status, o sedentarismo, tudo contribui para que o TER substitua o SER.
- A carreira não se resume mais ao vínculo
com uma empresa
O novo mundo do trabalho nos obriga a pensar na carreira não mais como
um compromisso de longo prazo numa única empresa, mas como a venda de serviços
e habilidades para uma série de empresas. Ao negociar com cada novo empregador
o potencial empregado – embora ainda se concentre na questão salarial -,
precisa também analisar se o trabalho é significativo para seu projeto de vida,
se permite um equilíbrio com suas responsabilidades familiares e se o prepara
para o próximo passo de sua carreira.
- As empresas precisam aprender a
reter talentos
Para reter, desenvolver seus colaboradores e obter a melhor contribuição possível de seus talentos, as
empresas podem ajudá-los na construção e no redesenho permanentes de seus
projetos pessoais e profissionais, de forma que os mesmos se sintam melhor
preparados e mais fortalecidos na construção do próprio futuro, e continuem a
buscar na empresa atual os meios necessários para isso.
- Os trabalhadores se ressentem
do desequilíbrio e buscam opções saindo das empresas
Quando olhamos de perto a realidade da
maioria das empresas observamos que seus profissionais vivem asfixiados com
desafios permanentes e situações de estresse. Isto lhes impede de cuidar de
forma adequada dos vários aspectos de sua vida pessoal e familiar, e inclusive,
de seu futuro profissional. Muitos revelam uma enorme energia para o trabalho e
se sentem fortemente mobilizados para o sucesso, mas estão geralmente
insatisfeitos com o que conseguem investir de tempo e energia em suas vidas
pessoais. Pesquisas recentes indicam que no Brasil a maioria dos trabalhadores
não consegue aproveitar as férias e folgas a que tem direito e sente que precisa
sair da empresa atual para poder crescer em sua carreira.
- O descuido pode ter
consequências sérias
Frequentemente, o trabalho das pessoas não é prazeroso e renovador. O
mercado de trabalho pode ser uma fonte permanente de perturbações emocionais e
mentais, como a depressão e o estresse, além de doenças respiratórias,
digestivas, nervosas, osteomusculares, cardíacas e outras. Os casos de
esgotamento físico e emocional causado pelas ocupações (burnout) e de estresse atingem proporções cada vez mais
assustadoras. Segundo pesquisa de 2010 realizada em 23 países, o brasileiro é o
segundo trabalhador mais insatisfeito do mundo com seu emprego e seu salário,
só perdendo a “primazia” para os japoneses. Também atrás dos trabalhadores
japoneses, os brasileiros são considerados pela ISMA (International Stress
Management Association) o segundo país quanto a trabalhadores estressados, numa
percentagem próxima de 70%, com predominância das mulheres.
- As pessoas, em sua maioria, não
planejam o futuro
Estudos recentes revelam que mais de 60% das pessoas que se aposentam
não têm qualquer ideia de como irão construir uma nova vida ou se ajustarem à
estes novos tempos. Isso nos mostra que as pessoas tendem a se entregar durante
sua vida aos projetos profissionais, negligenciando suas necessidades de
realização pessoal.
- Crises e transições são parte
do percurso
Nossa trajetória profissional está repleta de riscos – de crises,
algumas mais previsíveis, outras totalmente inesperadas e sem que estejamos
preparados. Pessoas em plena atividade profissional poderão, por exemplo,
experimentar momentos de tensão e angústia por volta dos 30 anos de idade,
quando percebem já terem percorrido cerca de uma década de vida no trabalho sem
se sentir satisfeitas com os resultados que vêm obtendo; ou em torno dos 45
anos, quando se apercebem – por vezes em algum insight num momento inoportuno –
que estão deixando a “metade jovem” da vida para ingressar na “metade madura”
(!); ou ainda, por volta dos 60 ou 65 anos, quando fazem um balanço de toda a vida profissional que tiveram e
experimentam uma sensação angustiante de grande urgência para realizar tudo que
faltou (e que, muitas vezes, a própria pessoa não tem uma ideia clara do que
seja).