sexta-feira, 19 de julho de 2013

Temas do Momento - Empowerment






Gerentes Poderosos
Peter Block
Editora Makron
Esgotado no fornecedor, mas é encontrado na Estante Virtual






Empowerment
Conceitos básicos adaptados de Peter Block em artigos e no livro Gerentes Poderosos (1987)

Resumo do Conceito
  • O Empowerment é um “chamamento” à ação empreendedora no interior das organizações.
  • O Empowerment é uma atitude gerencial, no sentido de provocar a quebra das estruturas rígidas de poder, onde a decisão é centralizada e hierarquizada e onde a iniciativa é tolhida ou dificultada.
  • O fortalecimento profissional de um empreendedor interno acontece pela tomada de decisões em situações de incerteza e risco.
  • Com o exercício da habilidade política e do gerenciamento responsável, o poder é naturalmente ampliado, favorecendo a conquista de novas competências de liderança.


A escolha de um caminho empreendedor
  • A maneira como escolhemos agir nos leva ou na direção empreendedora ou na direção burocrática.
  • A conexão que se faz nestas escolhas é que a mentalidade empreendedora equivale a ser político de maneira positiva e a mentalidade burocrática equivale a políticas negativas.


Quando não se arriscar
  • Uma escolha empreendedora tem certo grau de ousadia. Há ocasiões e contextos, entretanto onde escolher manutenção, cautela e dependência é uma opção realista:
  • Quando somos novos e inexperientes
  • Quando o negócio está em perigo de sobrevivência
  • Quando é melhor consolidar do que avançar
  • Quando o ambiente é de confiança zero


Pondo a visão em prática: a essência do poder
  • Como se mover numa direção que sustente o poder adquirido e como criar um ambiente que favoreça o exercício do poder pelos outros?
  • Se estivermos no topo da pirâmide hierárquica, nossa influência é obviamente menor do que se ocuparmos posição intermediária. Na verdade isto não importa se construirmos uma visão de conquista do empowerment de forma legítima e produtiva.
  • A transformação da cultura organizacional vai a passos firmes para a ampliação do exercício delegado do poder, de diferentes formas e processos.


O compromisso do empreendedor “empoderado”
  • Somos os arquitetos da organização, escolhendo sua forma e futuro. Não somos apenas operários seguindo planos dos outros.
  • Estabelecemos metas próprias e que ninguém ainda atingiu da mesma maneira.
  • Escolhemos o caminho da alta resistência e convivemos com a ansiedade que ele criar.
  • Arriscamos tudo o que temos. Não apenas pela emoção, mas porque não há caminho seguro.
  • Somos a última instância. Não há ninguém para cuidar de nós.
  • Somos responsáveis pelos problemas; se não lidarmos com eles, ninguém o fará.


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Dicas de Leitura - Sim à Desordem







Sim à Desordem
Lições Surpreendentes do Jazz para Líderes Contemporâneos
Frank Barrett
Editora Campus
Na Livraria Cultura R$ 59,90









Trechos do livro 

À primeira vista, este é um livro sobre improvisação no jazz. Entretanto, poucos dos que estão lendo essas palavras agora são músicos; e muitos sequer gostam de jazz - embora eu espere que uma consequência da lei­tura deste livro (não tão intencionalmente) seja o maior apreço por esse gênero musical. Trata-se, na realidade, de um livro sobre a mentalidade de liderança e os tipos de atividades e habilidades que ajudam os líderes a entender e facilitar o processo de inovação.

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Fiquei cada vez mais intrigado com a possibilidade de explorar a conexão entre minhas duas paixões - jazz e comportamento organizacional. Em agosto de 1995, na Academy of Management, em Vancouver, British Columbia, fiz uma parceria com Mary Jo Hatch para elaborar e facilitar uma sessão de palestras e uma mesa-redon­da sobre improvisação no jazz e complexidade organizacional. Karl Weick fazia parte da mesa-redonda. Os artigos que eu e outros par­ticipantes escrevemos para essa sessão foram publicados em uma edi­ção especial do periódico Organization Science, em 1998. Tanto a sessão de Vancouver quanto a edição especial da revista alimentaram ainda mais meu interesse pela questão da improvisação nas organiza­ções. Comecei a me basear na improvisação no jazz como forma de entender criatividade e inovação e desenvolvi módulos de educação executiva, utilizando a improvisação como perspectiva para entender o aprendizado organizacional e a inovação colaborativa. Fiquei sur­preso com o interesse que isso gerou.

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As empresas poderiam muito bem começar a seguir a cartilha do jazz. Quando as organizações ficam atoladas em uma concepção dominante, as pessoas ficam aprisionadas em funções específicas, e o dinamismo se perde. Este capítulo levanta a seguinte questão: Como os líderes empresariais podem seguir o exemplo dos jazzistas, deliberadamente quebrando rotinas como forma de “desaprender”, de se tornarem mais vivos, alertas e abertos a um horizonte de novas possibilidades?

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Como as organizações podem prosperar em um mundo marcado por mudanças aceleradas e pela incerteza? Ao desenvolver a capacidade de experimentar, aprender e inovar - em suma, ao adotar a improvisação estratégica. O modelo que envolve a improvisação coletiva de jazzistas constitui um exemplo claro e forte de como as pessoas e equipes po­dem se coordenar, ser produtivas e criar inovações surpreendentes, sem muitas das alavancas de controle das quais dependiam os profissionais de gestão na Era Industrial. Um modelo organizacional com base no improviso cria uma espécie de abertura, um convite à possibilidade, em lugar de uma tendência às limitações do controle.
Este livro é um convite aos líderes, para que adotem uma abordagem sólida à inovação, criem culturas vitais que estimulem a descoberta, em vez de seguirem a limitada previsibilidade do mundo conhecido. É um convite para que rompam com algumas das rígidas convenções que nor­teiam suas ações e experimentem transpor a fronteira da certeza. Dizer "sim à desordem" nos desafia a criar culturas, comunidades e organiza­ções engajadas, apaixonadas e imaginativas, em prol do progresso e do bem-estar de todo o sistema.
Os jazzistas buscam uma vida de receptividade radical. As demais pessoas atingirão seu melhor desempenho se fizerem o mesmo - quan­do se abrirem para o mundo, serão capazes de perceber horizontes de possibilidades cada vez maiores, totalmente envolvidos em habilidosas atividades, e viverão em contextos que exigem respostas que levam a novas descobertas. Como podemos nos organizar de modo a permitir que as pessoas atinjam a excelência? Essa é a pergunta que orienta a in­vestigação subjacente a este livro.

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O paradoxo da improvisação
Diz a crença popular que os jazzistas são gênios ignorantes, que tocam instrumentos como se estivessem apanhando as notas no ar. Entretanto, estudos sobre jazz mostram que a arte é muito complexa - resultado da busca incessante de aprendizado e de imaginação disciplinada. São a bus­ca incessante e imaginação disciplinada, não a genialidade em si, que permitem aos jazzistas improvisar - do latim improvisus, que significa "imprevisto" -, e é a improvisação, que se tornou a marca registrada, que define essa forma de arte.      
Como os jazzistas aprendem a improvisar? Da mesma maneira que aprendi com meu avô, e que os bebês aprendem a falar: ouvindo padrões, observando gestos, repetindo e imitando. Os jazzistas formam um vocabulário de frases e padrões imitando, repetindo e memorizando os solos e frases dos mestres, até se tornarem parte de seu repertório de "licks", ou padrões melódicos.  
Há uma ironia aqui, é claro. O objetivo da improvisação é ser consciente e criativa, ter ideias imediatas que respondam ao que está acontecendo no momento, mas o caminho até a adaptação consciente passa pela imitação, pois, como o jazzista aprende, às vezes a única opção é recorrer aos padrões aprendidos inconscientemente.

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Rompendo o silêncio
O melhor aprendizado organizacional envolve aceitar uma mentalidade em que ocorre um rodízio entre os que solam e os que acompanham. Para isso, os líderes precisam dominar a arte de liderar e de seguir, tal como os músicos de uma banda de jazz. A simples prática do revezamento de papéis cria uma estrutura de mutualidade que garante a participação, in­clusão, propriedade compartilhada e o diálogo organizacional, que podem levar à capacidade dinâmica nas organizações, exatamente como no jazz. Alimentar essa mentalidade também permite a expressão de novas ideias vindas de pessoas cujas vozes foram tradicionalmente silenciadas.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Temas do Momento - Inovação - Parte 2

Citações e trechos do livro - Parte 2
O que é Design Thinking?
Embora o nome design seja frequentemente associado à qualidade e/ou aparência estética de produtos, o design como disciplina tem por objetivo máximo promover bem-estar na vida das pessoas. No entanto, é a maneira como o designer percebe as coisas e age sobre elas que chamou a atenção de gestores, abrindo novos caminhos para a inovação empresarial.
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica ou impede a experiência (emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas (considerando todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos, cultura etc.). Isso faz com que sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar soluções.
Ele entende que problemas que afetam o bem-estar das pessoas são de natureza diversa, e que é preciso mapear a cultura, os contextos, as experiências pessoais e os processos na vida dos indivíduos para ganhar uma visão mais completa e assim melhor identificar as barreiras e gerar alternativas para transpô-las. Ao investir esforços nesse mapeamento, o designer consegue identificar as causas e as consequências das dificuldades e ser mais assertivo na busca por soluções.
O designer sabe que para identificar os reais problemas e solucioná-los de maneira mais efetiva, é preciso abordá-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, prioriza o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares diversificados e oferecem interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções inovadoras.
O que este livro oferece?
Por meio deste livro será possível conhecer as fases introdutórias do processo de Design Thinking, assim como alguns dos principais métodos utilizados, sempre exemplificados com aplicações práticas, trazidas de projetos reais do mercado.
Geralmente, a primeira etapa do processo tem por objetivo a aproximação do contexto do projeto. Esta fase, denominada Imersão, é ainda subdividida em duas: Imersão Preliminar e a Imersão em Profundidade.
A Imersão Preliminar visa o entendimento inicial do problema e, caso necessário, seu reenquadramento. Já a Imersão em Profundidade destina-se à identificação das necessidades dos atores envolvidos no projeto e prováveis oportunidades que emergem do entendimento de suas experiências frente ao tema trabalhado. Esse “mergulho no contexto” muitas vezes gera uma massa de informações tão grande que dificulta a identificação dessas oportunidades e possíveis desafios a serem vencidos. Por isso, há uma etapa seguinte de Análise e Síntese, que tem como objetivo organizar esses dados visualmente de modo a apontar padrões que auxiliem a compreensão do todo e identificação de oportunidades e desafios.
Na verdade, a Análise e Síntese, assim como as demais etapas descritas neste livro, não deve ser encarada como um passo linear de um processo, mas sim como um pedaço de um todo emaranhado onde cada etapa permeia a outra. A Análise, por exemplo, pode ocorrer durante a Imersão e serve de apoio à fase seguinte, de Ideação.
Nessa terceira fase, busca-se gerar ideias inovadoras através de atividades colaborativas que estimulem a criatividade. Normalmente utilizam-se as ferramentas de síntese desenvolvidas na fase de Análise como base para a geração de soluções que sejam direcionadas ao contexto do assunto trabalhado.
As ideias criadas são, então, selecionadas - em função dos objetivos do negócio, da viabilidade tecnológica e, claro, das necessidades humanas atendidas - para serem validadas na etapa de Prototipação.
Essa fase, a última apresentada neste livro, tem como função auxiliar na tangibilização das ideias, a fim de propiciar o aprendizado contínuo e  eventual validação da solução.

As etapas anteriormente descritas poderão ser melhor compreendidas a partir do Projeto Andorinha, cujo conteúdo será apresentado em fragmentos ao longo deste livro. Ao final de cada capítulo, será possível encontrar detalhes representativos e elucidativos deste trabalho, voltado a recriar a experiência de uma viagem aérea de acordo com os anseios e necessidades identificados entre passageiros de primeira viagem.