quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Mudar o Time Que Está Ganhando?


A avaliação de desempenho muda radicalmente. E para melhor.

A GE (General Eletric Company) é um dos maiores grupos empresariais. Com mais de 315 mil funcionários e presença em setores estratégicos de negócios em quase todas as regiões do planeta, o conglomerado vem puxando fortemente um movimento de mudança que poderá estabelecer novos parâmetros no campo da gestão de pessoas.

Trata-se de reconfigurar o método e as práticas de avaliar, medir e trocar feedback sobre o desempenho da força de trabalho. Falamos de uma organização vencedora, que há mais de um século é sinônimo de eficiência, produtividade e excelência de resultados e que, mesmo assim, assume uma inovação impactante, virando de cabeça para baixo as avaliações anuais de desempenho. Saindo dos métodos burocráticos, os líderes da GE passam a adotar a simplicidade, objetividade e a prática cotidiana do feedback, tanto nas relações chefe-subordinados, quanto entre os funcionários, dentro e fora das suas áreas ocupacionais.

Em vez de avaliações complicadas e cheias de detalhes, passa a valer um fluxo contínuo de trocas informais, sem a exigência de registros documentais e sem um monitoramento processual por parte da área de recursos humanos.

Em termos metodológicos, sai o Seis Sigma (que durante décadas norteou o modelo de gestão da produção e da performance na GE) e entra o FastWorks, um desdobramento do conceito Lean Startup, ambos voltados para a orientação rápida e descomplicada. “Mantenha-se enxuto para ser ágil” e “Aprenda a adaptar-se para vencer” são exemplos de máximas adotadas por esses preceitos.  

Parte relevante dessa reinvenção da gestão de performance diz respeito à ampliação das trocas de feedback para todos, a qualquer tempo. São estimuladas as trocas interáreas, dentro das equipes e entre os níveis hierárquicos. Apoiando esse processo, há um aplicativo que permite trocas a qualquer hora, sem qualquer formalidade. Com isso, abre-se espaço para trocas entre subordinados e seus respectivos chefes, invertendo a prática tradicional que vigorou por décadas na empresa. 

O que afinal motiva a GE para a ousadia de uma mudança como essa, já que o crescimento vem sendo constante na história do grupo?  A resposta é uma só: não há mais espaço para a perfeição (principal driver do método Seis Sigma) e há cada vez mais a demanda da realidade e do mercado para ações flexíveis, adaptativas e ágeis (foco da abordagem FastWorks). 

O que motiva a mudança é a sensibilidade de perceber a “voz do futuro” dos modelos organizacionais, em que a autonomia e accountability são os requisitos de alta performance das pessoas e equipes. A coragem de promover mudanças de uma cultura enraizada, mesmo vencedora, para uma cultura de participação, aproximação e autorresponsabilização.


Esse é o caminho. E, sem dúvida, um caminho inovador na gestão de pessoas.