A avaliação de desempenho muda radicalmente. E para melhor.
A GE (General Eletric Company) é um
dos maiores grupos empresariais. Com mais de 315 mil funcionários e presença em
setores estratégicos de negócios em quase todas as regiões do planeta, o
conglomerado vem puxando fortemente um movimento de mudança que poderá estabelecer
novos parâmetros no campo da gestão de pessoas.
Trata-se de reconfigurar o método e as
práticas de avaliar, medir e trocar feedback sobre o desempenho da força de
trabalho. Falamos de uma organização vencedora, que há mais de um século é
sinônimo de eficiência, produtividade e excelência de resultados e que, mesmo
assim, assume uma inovação impactante, virando de cabeça para baixo as
avaliações anuais de desempenho. Saindo dos métodos burocráticos, os líderes da
GE passam a adotar a simplicidade, objetividade e a prática cotidiana do
feedback, tanto nas relações chefe-subordinados, quanto entre os funcionários,
dentro e fora das suas áreas ocupacionais.
Em vez de avaliações complicadas e
cheias de detalhes, passa a valer um fluxo contínuo de trocas informais, sem a
exigência de registros documentais e sem um monitoramento processual por parte
da área de recursos humanos.
Em termos metodológicos, sai o Seis
Sigma (que durante décadas norteou o modelo de gestão da produção e da
performance na GE) e entra o FastWorks, um desdobramento do conceito Lean
Startup, ambos voltados para a orientação rápida e descomplicada. “Mantenha-se
enxuto para ser ágil” e “Aprenda a adaptar-se para vencer” são exemplos de
máximas adotadas por esses preceitos.
Parte relevante dessa reinvenção da
gestão de performance diz respeito à ampliação das trocas de feedback para
todos, a qualquer tempo. São estimuladas as trocas interáreas, dentro das
equipes e entre os níveis hierárquicos. Apoiando esse processo, há um
aplicativo que permite trocas a qualquer hora, sem qualquer formalidade. Com
isso, abre-se espaço para trocas
entre subordinados e seus respectivos chefes, invertendo a prática tradicional
que vigorou por décadas na empresa.
O que afinal motiva a GE para a
ousadia de uma mudança como essa, já que o crescimento vem sendo constante na
história do grupo? A resposta é uma só: não há mais espaço para a
perfeição (principal driver do método
Seis Sigma) e há cada vez mais a demanda da realidade e do mercado para
ações flexíveis, adaptativas e ágeis (foco da abordagem FastWorks).
O que motiva a mudança é a
sensibilidade de perceber a “voz do futuro” dos modelos organizacionais, em que
a autonomia e accountability são os
requisitos de alta performance das pessoas e equipes. A coragem de promover
mudanças de uma cultura enraizada, mesmo vencedora, para uma cultura de
participação, aproximação e autorresponsabilização.
Esse é o caminho. E, sem dúvida, um
caminho inovador na gestão de pessoas.