RH precisa influenciar os
movimentos de inovação nas organizações
Em tempos de crise sem
perspectivas de reversão, todos nós, profissionais de recursos humanos,
corremos o risco de assumir níveis desnecessários de cautela, desenvolvendo,
mesmo sem perceber, um conservadorismo precoce, a defesa de posições que até
mesmo os acionistas ou os principais dirigentes da organização ficam reticentes
em patrocinar.
Não há nada mais contaminador
do que a desesperança. E, convenhamos, existem inúmeros fatos nos ambientes
político, econômico e social do país que dão respaldo à nossa falta de
esperança. Nesses momentos, entretanto, é que precisamos reverter o ciclo
negativo e encontrar, de forma consistente e pragmática, um caminho de
superação.
E esse caminho pode estar
latente, disponível e forte o suficiente para renovar a capacidade mobilizadora
de recursos humanos. Um exemplo: a inovação. Embora aparentemente fora do
contexto dos momentos de crise, o espírito inovador pode ser a resposta para o
sentimento de “década perdida” que vem contaminando os analistas de cenários no
Brasil e que tem respaldo suficiente para negativar nossas esperanças.
Pode-se até argumentar que o
tema inovação não é responsabilidade funcional de RH. Pode ser, mas é
exatamente por esse motivo que devemos influenciar a empresa como um todo para
“sacudir a poeira” dos clichês e provocar novas formas de pensar e agir em meio
às dificuldades.
Afinal é nossa missão a busca e
o desenvolvimento permanente das competências vitais do negócio e das pessoas,
não é isso? Pois, então, a competência crítica na turbulência é sair da
turbulência...
E o espírito inovador,
estimulado e disseminado pela área de RH, pode ser o oxigênio para a transição
do modelo de negócio, a ampliação da competitividade, a melhoria da
produtividade.
Por onde começar? Pelo
macrodesenho da inovação possível. Talvez seja mesmo fora do contexto a
inovação disruptiva, a “tempestade eterna da destruição criadora” como
profetizava Joseph Schumpeter, renomado economista austríaco da primeira metade
do século 20. Mas é bastante razoável estabelecer ganhos progressivos de
eficiência e de motivação por caminhos criativos e novas formas de encarar a
realidade.
Como dizia Henry Kissinger
(velha raposa na história governamental dos EUA) “a ausência de alternativas
clarifica maravilhosamente a mente”.
O contexto de dificuldades do
nosso “momento Brasil” pode reproduzir exatamente esse quadro: a falta
(aparente) de alternativas pode gerar saídas inovadoras e gratificantes para as
pessoas e para as organizações.
É tempo de renovação e de
quebra das contaminações pessimistas. Não existe “década perdida” no Brasil e
sim o risco da desesperança. Vamos reverter esse risco e retomar a
autoconfiança do RH.