As
preocupações e o “agito” com a chamada geração Y (ou “Millenium”) não
constituem um fato novo no mundo corporativo. O que mudou, na verdade, foi o
título atribuído a esse fato e o “glamour” que, de alguns anos pra cá, envolve
o debate a respeito do tema.
Os conhecidos
programas de trainees já apresentavam, décadas atrás, traços semelhantes à
rebeldia (sem causa aparente) e à autoestima exacerbada que as atuais gerações
também manifestam no convívio corporativo
O que mudou (e
bastante) foi o contexto de vida de todos nós e não apenas dos jovens em
questão. O pronto acesso às informações, a dinâmica das redes sociais, a
evolução das oportunidades de estudos no exterior, esses, sim, são fatos
razoavelmente recentes e que estão marcando o perfil dos jovens entre 18 e 28
anos. Fluentes em idiomas, rápidos e espertos no uso da tecnologia, perceptivos
e competitivos, os jovens das novas gerações podem gerar certo desconforto nos
ambientes empresariais, principalmente nas culturas e negócios mais
tradicionais.
Afinal, como
lidar com a inevitabilidade dessa situação? Em primeiro lugar, é recomendável
manter certo senso crítico e não embarcar nas “verdades definitivas” que cercam
o tema. O quadro-resumo a seguir pode ajudar o correto discernimento a respeito
Verdades
- São ansiosos e inquietos; querem ações e respostas rápidas
- Valorizam desafios e metas ambiciosas
- Esperam reconhecimento e velocidade de progresso na carreira
Mitos
- “Puxam o tapete” da hierarquia
- Não sabem trabalhar em equipe
- Mudam de empresa como quem muda de camisa
Os exemplos de
“verdades” nesse quadro podem parecer, à primeira vista, conflitantes com os
“mitos”. Afinal, se os jovens são ansiosos e carreiristas, terão mesmo o cuidado
de não “puxar o tapete” do chefe ou então de não mudar de
empresa seguindo apenas o apelo salarial?
Nossa percepção
é que essa aparente dicotomia foi construída mais pelo clichê do que pela
realidade. Há exemplos de várias organizações que conseguem lidar com as
ansiedades naturais dos jovens talentos, colocando-os em projetos de maior
complexidade e, consequentemente, de maior reconhecimento.
Essa é uma das
saídas, mas é claro que o assunto não se esgota assim tão facilmente. O tema é
“quente” e atual, exigindo um processo contínuo de reflexão e aprendizado.