Momentos de incertezas
do aspecto político, econômico e social do país serão abordados no CONARH
Um grupo de profissionais de alta competência vem
desenhando, voluntariamente, a grade de temas e palestras para o próximo Congresso
Nacional de Recursos Humanos, o CONARH. Não é tarefa simples. É muita
responsabilidade atrair e manter a atenção de mais de três mil congressistas,
dos mais diferentes setores de atividade e regiões brasileiras. Com o agravante
de estarmos “surfando” as ondas mais desafiadoras já vividas pelo Brasil, nos
planos social, econômico e político.
Desnecessário lembrar que, até agosto deste ano, quando
acontecerá nosso congresso, o acirramento dos movimentos populares e os
impactos da crise ética e econômica são imprevisíveis.
Em sintonia com esse contexto, o tema-âncora do CONARH 2015
será A arte da gestão de pessoas - desafios, incertezas e complexidades. É
fundamental recorrer à sensibilidade e inspiração da arte para encontrar
caminhos alternativos ao que estamos chamando de “movimento Brasil”. Um momento
de inquietação, onde prevalecem as perguntas às respostas.
Vem daí o sentido do título: como ter autocontrole em um
ambiente sem controle? Há uma contribuição de resposta na revista Época
Negócios, edição de março, com uma matéria da qual participam 16 presidentes de
empresas de diversos setores. São oito duplas, compondo entrevistadores e
entrevistados, e todos acabam por encaixar algumas questões sobre o contexto de
dificuldades do Brasil.
A boa notícia é que a unanimidade dos entrevistados
demonstra um forte autocontrole, a partir de uma crítica ao momento e aos
governantes, mas com um olhar projetivo. Nessa projeção (quase sempre para 2017
em diante) o Brasil volta a ter espaço de crescimento e de empreendedorismo,
com oportunidade de recuperação e ânimos revigorados de negócios.
Do ponto de vista da grande população, são visíveis a
ansiedade e a pressão pela mudança. O momento é de transição para uma nova
ordem econômica e social, um novo espírito de participação e cidadania. Um novo
Brasil.
Como ter autocontrole em ambientes descontrolados como o
atual? Os dirigentes de empresas entrevistados dão a pista: vá além na análise
dos cenários imediatos, construa uma visão ampliada e consistente, que não ceda
ao impulso derrotista. Não é otimismo ingênuo, é o autocontrole usado a favor
de uma percepção positiva da realidade.
Estamos todos, Brasil e brasileiros, precisando cultivar
esse espírito, independentemente das mazelas e dos descontroles de nossos
governantes de plantão. Nós, profissionais de Recursos Humanos, temos um papel
relevante nessa dinâmica: o resgate da confiança. Confiança de que somos
capazes de virar o jogo e, cada um dentro das suas circunstâncias, assumir
atitudes de um protagonismo cidadão, expressando opiniões críticas e gerando
opções e caminhos. Afinal, como dizia Winston Churchill, “a atitude é uma
pequena coisa, que faz uma grande diferença”.