quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Competências globais: Uma nova abordagem para o desenvolvimento da liderança

O volume de informações e os múltiplos canais de acesso disponíveis constituem atualmente um novo dado da realidade: é possível e relativamente fácil dispor de uma riqueza enorme de recursos de informação. Por outro lado, esse mesmo volume representa uma grande dificuldade para o bom uso dessas informações. Ou seja, a quantidade não irá gerar necessariamente o padrão de excelência e qualidade de uso dos recursos.

Diante dessa premissa é interessante conhecer a abordagem das competências globais, uma síntese altamente proveitosa para o líder construir uma trilha de desenvolvimento alinhada com as demandas da atualidade.

Três exemplos de Competências Globais
Longe da pretensão de esgotar o assunto, mas sim como uma provocação para autoanálise da liderança, descrevemos sucintamente algumas das chamadas competências críticas numa perspectiva ampla e global.

1 - Capacidade de colaboração e cocriação a distância e em rede (Global Knowledge Network)
A sociedade do conhecimento evolui e se renova continuamente. Um dos canais frequentemente ativados nessa dinâmica são os fóruns (chats) de debates, os grupos focais e as comunidades de práticas.

Encontros virtuais e intercâmbios a distância prevalecem como uma alternativa prática e de baixo custo.

Saber interagir nessa rede de cocriação é uma competência vital para o líder afinado com os novos tempos.

Para muitos desses líderes trata-se de novo desafio de aprendizagem e de adaptação ativa a um verdadeiro laboratório de inovação e crescimento pessoal e profissional.

2 - Sincronização Organizacional
O conceito básico da sincronização diz respeito à necessidade de harmonizar e alinhar as estratégias internas (processos, sistemas, práticas e políticas) e estratégias externas (posicionamento, propósito e proposta de valor).

As mudanças exigidas por esse sincronismo devem ser gerenciadas de forma integrada, a partir do diagnóstico dos fatores humanos, técnicos, tecnológicos, políticos e financeiros.

A competência que irá se configurar desse diagnóstico será fortemente direcionada para a regência da mudança, tanto dos aspectos humanísticos (atitudes, sistema de crenças e valores) quanto das dimensões estruturais e institucionais (modelo do negócio, sistema de gestão, planejamento, controle e governança dentre outros).

O líder, nesse contexto, terá que localizar com maior clareza seu papel e suas responsabilidades, além de entender o negócio e a empresa como uma Rede de Valor, com os processos e atribuições setoriais interconectados.

3 - Domínio do inglês
O terceiro exemplo de Competências Globais é tão simples quanto relevante.

O domínio do inglês como ferramenta de trabalho é sabidamente um aspecto fundamental nos ambientes globais.

O incrível nesta história é a lentidão com que boa parte dos líderes ainda não perceberam a inevitabilidade desse aprendizado.

E não é só entre os mais avançados na idade, onde essa dificuldade é relativamente compreensível; mesmo entre os jovens a destreza no inglês é um ponto diferenciado dos bem-formados e aqueles que puderam vivenciar períodos de estudos no exterior.

Acontece que a arena global de negócios, a proliferação das multinacionais e a exigência de exposição dos executivos em conferências, reuniões e negociações internacionais tornaram a fluência no inglês um pré-requisito quase que banalizado.

Persistir na desconsideração dessa realidade é um empecilho costumeiro para os profissionais que têm um forte potencial de competências em outras dimensões de trabalho mas que simplesmente “travam” quando são colocados em contextos que exigem o domínio da língua inglesa.

Conclusão
É claro que esse tema das competências globais vai além dos exemplos aqui explorados, mas é suficiente o exercício de reflexão do líder sobre os três aspectos deste texto.

Até porque os próximos exemplos irão exigir muito mais... é o caso das competências de Liderança Diretiva Internacional (o líder dos líderes, em ambientes de negócios no exterior) ou, ainda, a Análise de Sistemas Complexos (a capacidade de decompor situações-problema em módulos de interpretação e resolução parcial, até alcançar a solução multidimensional).

O que significa que, para se obter ganhos significativos de aprendizagem, precisamos do empenho e concentração no desenvolvimento das competências críticas que irão sedimentar a elevação do nível de dificuldade inerente a cada competência complementar.

Esse é o caminho para o líder que busca viabilizar seu espaço num mundo cada vez mais competitivo, conectado e inter-relacionado.


Adaptado dos conceitos do Prof. Miguel Cárdenas da San Diego Global Knowledge University

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