A frase acima foi citada em um
artigo publicado no jornal Valor
Econômico, de 15 de maio deste ano, na coluna de Alexandre Hohagen, vice-presidente
do Facebook para a América Latina. O foco do artigo é a tentativa de
reposicionar o aparente glamour das empresas de tecnologia (Google e Facebook
certamente como marcas de ponta nesse quesito) e ressaltar o “trabalho duro” (hardwork)
que essas empresas demandam das suas equipes, assim como a quase totalidade das
empresas nos tempos atuais. A questão central é o equilíbrio entre o hardwork e o ambiente de
trabalho que, esse sim, deve ser saudável, cooperativo e agregador.
Acontece que esse ambiente
positivo só será sustentável no tempo se houver a identificação do sentido e da
razão desse ambiente com os valores e a cultura organizacional. Em outras
palavras, não será o estilo de um ou outro dirigente da empresa que irá
garantir a naturalidade e espontaneidade de um ambiente de trabalho motivador e
de convivência produtiva.
São os valores e princípios
compartilhados entre líderes e liderados que irão, com o tempo, firmar uma base
de práticas, atitudes e comportamentos que, no seu conjunto, darão firmeza e
sustentação aos traços de uma cultura corporativa singular, capaz de atrair e
reter os talentos produtivos.
É claro que, no final do dia, o
quadro de resultados e a performance competitiva do negócio terão peso
relevante nessa equação. Mas, como ensinam as empresas vencedoras nos rankings mundiais
de atratividade de talentos (como os exemplos já citados – Facebook e Google),
não é um lindíssimo e bem estruturado código de regras e de conduta o
responsável por esse movimento.
São as relações de confiança e a
construção conjunta de um propósito que estão moldando uma nova arquitetura
cultural nas organizações vencedoras. Todos os demais requisitos são acessórios
e complementares.
A essência é a cultura. E, principalmente,
o núcleo de valores que orienta a afirmação prática dessa cultura no dia a dia
das relações e do desempenho profissional. Não é um caminho fácil, mas é
compensador. Os primeiros passos exigirão a sintonia dos principais dirigentes
com uma carta de valores, os enunciados básicos das crenças e dos princípios
que o grupo de líderes quer ver, de fato, na realidade do trabalho.
Muitas vezes, esses valores ainda
estão no estágio de aspiração e não de práticas reais. Esse é o estágio da
cultura pretendida, o desenho de uma expectativa e não da realidade. Não importa.
O fundamental é ter a carta de valores como uma bússola para navegação. O
próprio caminho irá fortalecendo a dose de realidade, diminuindo o espaço das
contradições. Foi assim com as empresas que são reconhecidas hoje pela clareza
de sua identidade cultural. E será assim com a sua organização, se houver
convicção e empenho nesse caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário