quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Temas do Momento - Storytelling 2

Dossiê Storytelling

Narrativas corporativas pioneiras
Algumas empresas pioneiras vêm mudando a essência de seu modo de se conectar com seus diversos atores. Dando-se conta de que, para criar vínculos, é necessário ter uma mensagem que apele mais ao emocional do que ao racional, vêm recorrendo sistematicamente ao storytelling. Para essas companhias a narrativa corporativa já se tornou uma ferramenta comum - e multiuso. Apesar disso, duas aplicações têm sido privilegiadas na prática:

Comunicar a identidade corporativa - Hoje é imperativo que as organizações invistam mais tempo, imaginação e recursos em criar uma narração corporativa. Os sites corporativos são o canal adequado para comunicar esse relato, mas só na medida em que consigam transmitir uma experiência simples e prazerosa, que dê motivos para que repitam a visita.

Impulsionar um novo tipo de liderança - Paul Smith, especialista em storytelling corporativo, sustenta que histórias constituem uma das mais importantes técnicas de liderança e que é possível aprender a utilizá-las com naturalidade e quase sem esforço em todas as áreas de trabalho. Muitas das organizações criaram o cargo de "contador de histórias corporativo", dedicado a captar e compartilhar as histórias institucionais mais importantes. Na Nike, todos os executivos seniores têm de ser contadores de histórias. Outras companhias, como Kimberly-Clark, 3M, Motorola e Procter & Gamble (P&G), ensinam sistematicamente habilidades de storytelling a seus executivos, porque, como destaca Smith, isso não faz parte dos conteúdos oferecidos nas escolas de negócios.


Captação de Histórias
Uma das barreiras enfrentadas por quem quer praticar o storytelling é não saber onde encontrar boas histórias. A resposta é simples: os relatos que as pessoas - funcionários e stakeholders em geral - fazem sobre uma lição inesperada ou uma nova maneira de ensinar uma lição são a fonte mais rica de histórias, e algumas organizações já sabem aproveitá-los.

Storytelling de Marketing 2.0
As redes sociais oferecem ferramentas valiosas para aplicar o storytelling à criação de mensagens de marca. A jornalista Rachel Lamb analisa, em matéria publicada na Luxury Daily em março de 2012, a maneira como empresas que comercializam produtos de luxo, como Burberry, Louis Vuitton, Tiffany & Co. e Lexus, utilizam a nova linha do tempo do Facebook para gerar histórias atraentes a seus fãs.
Ao oferecer imagens de tamanho grande e uma interface de navegação mais fácil para o usuário, a linha do tempo permite que as empresas mostrem uma trajetória de sua história na extensão que desejarem e é a ferramenta perfeita para as marcas de luxo.

Impacto visual na audiência
A narração de histórias como ferramenta organizacional pode assumir diferentes formatos e ser transmitida por diversos canais, mas é fundamental que os veículos se adaptem à intenção da mensagem. O estrategista digital Justin Golsborough enfatiza, por exemplo, que as marcas começaram a incorporar uma narrativa visual a sua estratégia de marketing. Ele está convencido de que as pessoas respondem mais aos estímulos visuais do que aos simples relatos escritos. Segundo a especialista em mídia social Ekaterina Walter, a boa notícia é que o storytelling visual não é caro.
Entre as empresas que utilizam imagens como recurso narrativo para informar e cativar os usuários, Walter destaca a General Electric, que, por meio da plataforma de microblog Tumblr, oferece fotografias e vídeos que ilustram os avanços tecnológicos da companhia.

Profissionais tomam a iniciativa
A iniciativa do storytelling não vem cabendo só às empresas; profissionais individuais são cada vez mais ativos nesse movimento. Dois casos brasileiros são compartilhados por Joni Galvão, sócio da Soap, empresa especializada em apresentações de alto impacto: um é o de Ricardo Amorim, economista participante do Manhattan Connection; outro, o de Ricardo Diniz, atual vice-chairmain do Bank of America Merrill Lynch.
Ricardo Amorim precisava montar uma palestra em que falasse menos economês e a Soap lhe produziu um personagem fictício, Ching Lee, que vivia na China e tinha o desejo de deixar sua vida no campo e conquistar o mundo. 
Ricardo Diniz foi convidado por universidades a dar palestras sobre sua experiência de gestor e, para ele, a Soap criou o Jogo da Vida, um jogo de tabuleiro metafórico, em que ele atravessava etapas mudando de um Clue (ou Detetive) para um Banco Imobiliário e, então, para um War. "Quando foi procurar estágio em uma empresa, a primeira tarefa de Diniz foi cadastrar seus ativos, e nela estava embutida uma missão: descobrir quem fazia o que e como o fazia. Quando conheceu a companhia de A a Z, mudou para o Banco Imobiliário, a fim de ganhar mais dinheiro, porém viu que, se alguns ganhavam muito, outros perdiam tanto quanto. E quis buscar outro jogo para realizar um sonho: trazer a agência noticiosa Reuters para o Brasil; escolheu jogar War. E assim a história se desenvolveu até chegar ao clímax, com a saída dele da empresa e o início de uma nova história", explica Joni Galvão.

Satisfazer necessidades humanas
Como lembra a autora e consultora Annette Simmons, o objetivo final de empresas e gestores ao comunicar-se com quem quer que seja nunca é a comunicação em si, mas a “satisfação das necessidades humanas". Para tanto, nada melhor do que histórias que levem as pessoas a se sentir reconhecidas, conectadas e menos sozinhas.



Fonte: HSM Management, Laura Babini - julho/agosto 2013

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