O que fazem os verdadeiros pensadores estratégicos?
É uma preocupação corriqueira dos profissionais em posições
de liderança a busca de um saudável equilíbrio entre a dedicação operacional e
o contrapeso estratégico. Ou seja, o líder puramente operacional precisa
adicionar alguma dose de reflexão e ações estratégicas no seu cotidiano, sob
pena de ser engolido pela areia movediça do imediatismo e do envolvimento tão
somente tático e técnico-operacional. Esta preocupação acaba tendo respaldo na
percepção da realidade; afinal a cobrança de metas imediatas e a pressão pelo
aqui-e-agora prevalecem na grande maioria dos ambientes de negócios. O estímulo
e o reconhecimento residem, quase sempre, na prontidão operacional e no famoso
“deixa comigo”...
Para assumir um papel estratégico, no entanto, é necessário
desfazer o clichê que costumeiramente acompanha esse assunto. Afinal, o que
fazem os verdadeiros estrategistas? Quais as prioridades e os requisitos de
competências para um líder recompor o equilíbrio entre os papéis táticos e
estratégicos? Paul J. H. Schoemaker, um holandês radicado nos EUA e bastante
ativo na prestigiada Wharton School (Filadélfia), dá algumas pistas num artigo
sobre o tema. Veja a seguir o resumo desse artigo, com nossa livre adaptação.
Líderes estratégicos
antecipam: é fundamental abrir a janela, procurar além das fronteiras da
sua empresa, construir e manter redes externas de relacionamento. Oxigenar as
percepções é um requisito de renovação e de crescimento pessoal e profissional
do líder.
Pensam criticamente:
cuidado com os modismos de gestão e verdades definitivas. O líder estratégico
tem opinião própria, construída com um olhar crítico e questionador. Não se
trata da crítica pela crítica, mas, sim, da capacidade de desenvolver um olhar
descontaminado e lúcido.
Interpretam: a
convivência com a ambiguidade e as contradições é, cada vez mais, um dado da
realidade. A saída é buscar novos padrões de entendimento, levantar hipóteses
não recorrentes, encorajar a investigação permanente de fatos, dados e
tendências. A habilidade de conectar e interpretar dados e informações traz a
vantagem de gerar novos insights.
Decidem: parece
óbvio, mas o verdadeiro pensador estratégico, num determinado momento, precisa
assumir decisões, mesmo que não totalmente respaldado com informações sobre o
assunto a ser decidido. As minúcias, o perfeccionismo e o excesso de zelo
emperram e retardam as decisões.
Alinham: o
consenso absoluto é raro (e muitas vezes errôneo). Construir confiança na
divergência é uma habilidade dos líderes estratégicos. Eles chegam a um ponto
de debate e busca de apoio para agir de forma colegiada, mesmo que sem
unanimidade.
Aprendem: talvez
o item de maior importância, o aprendizado contínuo é um alimento revigorador.
Aprender com as experiências, extrair lições dos acertos, dos erros e dos
conflitos, gerar novas percepções e aprender sempre; este é o reinício de um
ciclo pessoal de crescimento do líder verdadeiramente estratégico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário